segunda-feira, 4 de março de 2013

A POLIDEZ





André Comte-Sponville


“A polidez é a primeira virtude e, quem sabe, a origem de todas. É também a mais pobre, a mais superficial, a mais discutível. Será apenas uma virtude? Pequena virtude, em todo caso, como se diz das damas de mesmo nome. A polidez faz pouco caso da moral, e a moral da polidez. Um nazista polido em que altera o nazismo? Em que altera o horror? Em nada, é claro, e a polidez está bem caracterizada por esse nada. Virtude puramente formal, virtude de etiqueta, virtude de aparato! A aparência, pois, de uma virtude, e somente a aparência.” (André Comte-Sponville)

Ser polido é o primeiro passo que é dado para o homem ir desenvolvendo virtudes, é a virtude mais fácil de ser apresentada pelo homem.

A polidez passa a ter um maior valor quando o homem passa a ter outras virtudes, pois, ela sendo a única virtude do homem não demonstrará grandeza, pois, suas características não virtuosas irão predominar.

A moral faz pouco caso da polidez, pois, existem muitos polidos imorais, com esse comportamento a polidez é uma etiqueta e uma virtude apenas aparente.

A polidez é um valor ambíguo, pois, quando associada à etiqueta e sem outras virtudes, possui um valor suspeito, insuficiente e pode ser uma característica de uma pessoa hipócrita.

A polidez tem valor quando está associada a moral e às outras virtudes. Ela é mais uma aparência de virtude do que uma virtude real, pois, seu valor é relativo e ela sozinha não tem um valor.

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