Milton Vargas
“Quando,
durante a Segunda Guerra Mundial, desenvolveram-se, de um lado, o radar para
reconhecer a distância a presença de aviões ou submarinos inimigos ou de
obstáculos aos caminhos de tais veículos; e, do outro lado, os foguetes
teleguiados, capazes de atingirem seus alvos por meio de instrumentos que os
guiavam; encontrava-se ainda longe de perceber que se estava inaugurando um
novo campo da ação humana que era o da comunicação dos homens com as máquinas e
das máquinas entre si. Continuava entretanto essa ação, sob a intencionalidade
e a operatividade de homens que comandavam as máquinas, de acordo com
finalidades por eles próprios desejadas. De nenhuma forma tratava-se de uma comunicação
espontânea das máquinas entre si para propósitos próprios. Contudo, desde logo,
isso suscitou a imaginação de uma possibilidade de uma “libertação” das
máquinas, vindo essas a tomarem a iniciativa de agirem independentemente dos
homens, subjugando-os aos seus próprios desígnios.” (Milton Vargas)
Os
homens desenvolveram máquinas com uma tecnologia avançada capaz de realizar
atividades que o próprio homem não conseguiria fazer.
Uma
criação subordinada e capaz de realizar alguns dos seus desejos, mas, outros
homens também criaram outras máquinas, antes existia a comunicação
homem-máquina, em tempos de guerra foi necessário existir a comunicação
máquina-máquina, uma estratégia humana de derrotar e se prevenir de outras
máquinas.
Estava
em jogo o ataque e a defesa, a prevenção e a destruição, a vitória e a derrota.
Os homens não guerreavam mais entre si, agora eles possuíam um exército de
máquinas aliadas e subordinadas a eles.
A
comunicação entre as máquinas tem a finalidade de satisfazer os desejos humanos
de seus criadores e dos homens que as operam, ao invés da vontade da máquina, o
que existe é a vontade humana, as máquinas são objetos subordinados a eles.
Surgiram
rumores de que as máquinas pudessem dominar o mundo, se libertarem dos homens e
os tornarem escravos delas, pura ficção científica, pois, sempre por traz dos
atos das máquinas existem vontades e desejos humanos.
As máquinas
causaram muitas destruições nas guerras e ainda hoje causam, mas elas sempre
estão a serviço dos homens que ordenaram que elas destruíssem homens e
máquinas, a natureza e os animais, ou até mesmo o que encontrassem a sua
frente.
Mas as
máquinas não vieram apenas para destruir e dominar, elas vieram para auxiliar o
homem, esse é o lado bom da comunicação dos homens com as máquinas e das
máquinas entre si.
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