sexta-feira, 16 de março de 2012

UMA DEFINIÇÃO DO VERDADEIRO

“Ad primum ergo dicendum, quod ista definitivo, verum est id quod est, non perfecte exprimit rationem veritatis, sed quase materialiter tantum, nisi secundum quod li esse significat affirmationem propositionis, ut scilicet dicatur id esse verum quod sic esse dicitur vel intelligitur ut in rebus est; et sic etiam falsum dicatur quod non est, id est quod non est ut dicitur vel intelligitur; et hoc in rebus inveniri potest.

Ad quartum dicendum, quod quamvis quaelibet res habeat aliquam formam, non tamen omnis res habet illam formam cuius indicia exterius ostenduntur per sensibiles qualitates; et secundum haec falsa dicitur, in quantum de se falsam existimationem facere apta nata est.

Esta definição “verdadeiro é o que é” não exprime perfeitamente a noção de verdade, mas como é que só materialmente, apenas enquanto o verbo ser signifique a afirmação da proposição. Com isso afirma-se que o verdadeiro é o que se diz ou entende como é na realidade; assim também o falso: o que não é, ou seja, o falso é aquilo que não é como dito ou entendido. Ora, tal falsidade pode ser encontrada nas coisas.

Embora toda coisa tenha uma certa forma, todavia nem toda coisa tem aquela forma cujos indício sejam manifestados anteriormente por meio de qualidades sensíveis: e segundo isto diz-se falsa enquanto por natureza proporciona um falso.” (São Tomás de Aquino)

Nem sempre “o que é” “é”, “o que é pode não ser”, “o que é pode ser” a depender de quem o aceitar e “não ser” por quem o rejeita.

O verdadeiro para o conhecimento é próximo do senso comum, ou seja, aquilo que é aceito pela maioria das pessoas, mas ele pode ser falso e questionado pelas minorias que creem no argumento contrário.

O falso nem sempre é o errado, pois, ele pode ser algo incompreensível e que não ganhou a credibilidade das pessoas, sendo assim o falso tanto pode ser o que não é certo quanto também pode ser uma verdade não compreendida.

Os argumentos verdadeiros ou falsos podem são relativos e dependem da interpretação e aceitação, integram a realidade do conhecimento humano, vivem em mutação, os que eram absolutos se flexibilizam e os relativos ganham solidez. Tudo isso ocorre com as mudanças de pensamento humano e a quebra de paradigmas.

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