“Durante
o período pré-histórico, o período mais longo da história da humanidade, o
valor ou não valor de um ato deduzia-se das suas consequências. O ato em si
interessava tão pouco como a sua origem. No entanto, mais ou menos do mesmo
modo que ainda hoje, na China, qualquer distinção ou vergonha do filho se
reflete nos pais, era também o efeito retroativo do êxito ou insucesso que
fazia o homem pensar bem ou mal de uma ação. A este período, chamemos de
período pré-moral da humanidade. Por essa época, ainda era desconhecido o
imperativo “conhece-te a ti mesmo!” (Friedrich Wilhelm Nietzsche)
As pessoas não eram conhecidas, mas a elas eram imputados atos e fatos cometidos por terceiros, a culpa era familiar e suas consequências também.
O bom
ato gerava elogios tanto a quem cometeu quanto aos seus familiares, do mesmo
modo que os atos de vergonha e maldade também eram imputados a todos, a pessoa
em si continuava sendo desconhecida.
No
período da pré-moral, os valores eram bem extensos, pois eles não ficavam
restritos a pessoa analisada, pois, também eram julgados os seus familiares,
amigos e quem estivesse ao seu redor, o “diga quem são e direi quem tu és”
prevalecia, a pessoa individualmente continuava desconhecida.
Finalmente
a pessoa passou a ser conhecida como ser humano, cidadão, as ações e atitudes
de uma pessoa deixou de ser transferida para os demais, pois, os fatos foram
individualizados e as responsabilidades passaram a ser atribuídas a quem deixou
de cumprir com suas obrigações.
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