André Comte-Sponville
“É
cessar de odiar, e é essa de fato a definição da misericórdia: ela é a virtude
que triunfa sobre o ressentimento, sobre o ódio justificado (pelo que ela vai
além da justiça), o rancor, o desejo de vingança ou de punição. A virtude que
perdoa, pois, não suprimindo a falta ou a ofensa, o que não é possível, mas
cessando de, como se diz, ter raiva de quem nos ofendeu ou nos prejudicou. Não é
a clemência, que só renuncia a punir (podemos odiar sem punir, assim como punir
sem odiar), nem a compaixão, que só simpatiza no sofrimento (podemos ser
culpados sem sofrer, assim como sofrer sem sermos culpados), nem enfim a
absolvição, entendida como o poder – que só poderia ser sobrenatural – de anular
os pecados ou as faltas.” (André Comte-Sponville)
A misericórdia
é bondade, é perdão, pois, não guarda ódio, rancor, e nem vingança.
O misericordioso
não pune e nem odeia, não tem raiva, vai além da compaixão com o sofrimento do
próximo.
A misericórdia
perdoa as grandes dores, sua capacidade de triunfar sobre as ofensas é imensa.
O misericordioso
é feliz e age com amor e alegria, sua bondade transcende a justiça.
A misericórdia
é livre, é amor e é verdade, ela perdoa sem interesses e não guarda nenhuma
mágoa da ofensa que um dia recebera.
A misericórdia
liberta o ofensor do sofrimento do arrependimento pelo mal causado, anula o
sentimento de culpa.
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