André Comte-Sponville
“Se “a
seriedade designa a situação intermediária de um homem equidistante entre
desespero e futilidade”, como diz lindamente Jankélévitch, devemos observar que
o humor, ao contrário, opta resolutamente pelos dois extremos. “Polidez do
desespero”, dizia Vian, e a futilidade pode fazer parte dela. É impolido dar-se
ares de importância. É ridículo levar-se a sério. Não ter humor é não ter
humildade, é não ter lucidez, é não ter leveza, é ser demasiado cheio de si, é
estar demasiado enganado acerca de si, é ser demasiado severo ou demasiado
agressivo, é quase sempre carecer, com isso, de generosidade, de doçura, de
misericórdia... O excesso de seriedade, mesmo na virtude, tem algo de suspeito
e de inquietante: deve haver alguma ilusão ou algum fanatismo nisso... É
virtude que se acredita e que, por isso, carece de virtude.” (André
Comte-Sponville)
A seriedade
constante vai aniquilando o humor humano, a seriedade leva o homem ao desespero
e a desprezar as situações que passa a tratar com futilidade, pois, falta o
humor para manter o equilíbrio, sendo assim, o homem parte para os extremos.
A polidez
somada à futilidade ocasiona humildade e simplicidade, logo, o homem tem humor
para as coisas simples da vida e afasta a vaidade da importância vazia e da
seriedade.
A seriedade
desesperadora acaba expondo o homem ao ridículo, dominado pela arrogância, pelo
egoísmo e pela falta de humildade, uma ilusão que engana o homem.
O humor
tempera a vida humana, leva o homem a sorrir e a sonhar, faz com que ele
enxergue a realidade e enfrente obstáculos sem se desesperar. O humor protege o
homem da seriedade e mostra a ele uma forma divertida de viver.
A seriedade
aparenta blindar o homem, que se engana ao achar que possui uma armadura
resistente para viver, mas acaba caindo no desespero quando descobre sua
fragilidade.
O humor
encoraja o homem, faz com que ele diga a verdade, não ter medo de agir e de
pensar de forma consciente, de viver de forma simples e humilde.
O humor
é uma virtude que depende de outras virtudes e que aproxima o homem das demais
virtudes, já a seriedade, possui uma grande carência de virtudes e quanto maior
ela sejam mais ela afastará o homem das virtudes.
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