“Se os
que buscam ilusões forem chamados de loucos, os dementes então são milhões, e
os insensatos, muito poucos.
Esopo exemplifica
essa falta de nexo com a fábula do cão que trazia nos dentes uma presa, um bom
bocado de carne. Debruçando-se sobre um barranco, ele viu, refletida na água, a
imagem da própria presa, que ele acreditou ser outra ainda maior do que aquela
que ele levava.
Iludido
pela imagem, larga a presa e atira-se nas águas correntes em busca da “outra”. Como
o rio estava muito agitado, ele quase se afoga e, só com muito esforço e
sofrimento, alcança a margem. Obviamente, sem a presa e sem o reflexo dela.
Quantos,
como o cachorro, arriscam-se por uma ilusão!” (Jean de La Fontaine)
Muitos são
atraídos pela ilusão e ao invés de caírem em um mar de rosas caem em um abismo,
uma grande decepção diante da expectativa da felicidade.
O cachorro
já tinha a presa em seus dentes, suficiente para saciar sua fome, mas queria
muito mais que o necessário e acabou ficando sem nada, além de quase ter
perdido a vida ao tentar abocanhar o reflexo de sua própria presa.
Sequer pode
comer a presa que já possuía, pois ao sair do rio apenas chegou a margem e não
retornou ao barranco de onde caiu e deixou lá seu pedaço de carne.
Muitos homens
também crescem os olhos diante das situações e ao invés de ficarem com o que já
possuem e é suficiente, acabam ficando sem nada.
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