terça-feira, 9 de outubro de 2012

A RAPOSA E AS UVAS


“Contam que certa raposa astuta, quase morta de fome, sem eira nem beira, andando à caça de manhã, passou por uma parreira carregada de cachos de uva bem maduros, todos pendentes na grade que oferecia suporte à videira.

Mas eles estavam altos demais e a raposa não podia alcançá-los. De bom grado ela os trituraria, mas sem lhes poder tocar disse:

-Estão verdes... já vi que são azedas e duras. Só os cães podem pegá-las.

E foi embora a raposa, deixando para trás os cachos de uva, madurinhos e doces, prontos para quem por ali passasse e pudesse alcançá-los.” (Jean de La Fontaine)

A raposa astuta e esperta, necessitando de alimento, sequer tentou alcançar o cacho de uvas maduro que estava diante dela.

Para justificar sua falta de perspectiva, ela criou a fantasia de que as uvas eram verdes, azedas e duras, uma verdadeira contrariedade à realidade existencial.

As raposas astutas preferem as facilidades, são querem se esforçar em momento algum, apenas querem obter vantagens e deixam de saborear as delícias da vida.

Elas negam a verdade e vivem da mentira, buscam ludibriar o próximo, estão sempre preparadas para golpear a próxima vítima.

A frustração e o sentimento de derrota da raposa fazem com que ela jogue a culpa nos outros, ela não usa sua consciência, quer viver inconsciente para não responder por seus atos.

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