“Contam
que certa raposa astuta, quase morta de fome, sem eira nem beira, andando à
caça de manhã, passou por uma parreira carregada de cachos de uva bem maduros,
todos pendentes na grade que oferecia suporte à videira.
Mas eles
estavam altos demais e a raposa não podia alcançá-los. De bom grado ela os
trituraria, mas sem lhes poder tocar disse:
-Estão
verdes... já vi que são azedas e duras. Só os cães podem pegá-las.
E foi
embora a raposa, deixando para trás os cachos de uva, madurinhos e doces,
prontos para quem por ali passasse e pudesse alcançá-los.” (Jean de La
Fontaine)
A raposa astuta e esperta, necessitando de alimento, sequer tentou alcançar o cacho de uvas maduro que estava diante dela.
Para justificar
sua falta de perspectiva, ela criou a fantasia de que as uvas eram verdes,
azedas e duras, uma verdadeira contrariedade à realidade existencial.
As raposas astutas preferem as facilidades, são querem se esforçar em momento algum, apenas querem obter vantagens e deixam de saborear as delícias da vida.
Elas negam
a verdade e vivem da mentira, buscam ludibriar o próximo, estão sempre
preparadas para golpear a próxima vítima.
A frustração
e o sentimento de derrota da raposa fazem com que ela jogue a culpa nos outros,
ela não usa sua consciência, quer viver inconsciente para não responder por
seus atos.
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