“Na
propriedade de um lavrador, havia uma árvore que não dava frutos, e
servia apenas como refúgio de pardais e de cigarras barulhentas.
Como ela fosse estéril, o lavrador resolveu cortá-la. Machado em
punho, desferiu o primeiro golpe. As cigarras e os pardais puseram-se
a suplicar que não abastecesse o seu abrigo, mas que o poupasse, e
assim eles poderiam cantar e alegrar o lavrador. Este porém, sem se
preocupar com eles, aplicou um segundo golpe. No terceiro golpe, como
fizesse um buraco na árvore, encontrou um enxame de abelhas e o mel.
Provou dele e gostou. Atirou então o machado fora e passou a honrar
a árvore, como se fosse sagrada, e a tomar conta dela.” (Esopo)
A natureza do homem mandava que ele destruísse
a árvore e acabasse com o refúgio de pardais e cigarras.
Enquanto alguns apreciam o canto dos pardais e
das cigarras, para aquele homem, o canto era motivo de aborrecimento.
A falta de frutos da árvore a deixava sem
valor e serventia, por isso, ele quis acabar com a árvore que servia
para pardais e cigarras, mas não servia para ele.
Mesmo diante das súplicas dos pardais e das
cigarras, o homem não demonstrou piedade e compaixão, continuou com
as machadadas e ia por seu refúgio abaixo.
O cantar dos pardais e das cigarras não tinha
valor, apenas os frutos deixavam o homem alegre, pois, na sua
concepção, o que não rende frutos a ele, não tem valor algum.
Somente após encontrar o enxame de abelhas e o
mel, o homem passou a valorizar a árvore, pois, a partir dali, viu
que poderia tirar alguma vantagem da árvore com o mel e as abelhas.
O homem não tinha amor e respeito ao meio
ambiente, apenas vivia perseguindo obter vantagens materiais.
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