domingo, 10 de junho de 2018

A METÁFORA DA ANALOGIA DA FIGUEIRA-DE-BENGALA


Figueira-de-bengala (Ficus Benghalensis)

A Metáfora da Analogia da Figueira-de-bengala 
(Referência BG, Verso 15.1-2)

Este mundo material é tão complexo que é comparado aqui a uma grande figueira-de-bengala. De fato, o desejo é a causa do enredamento da alma neste mundo, por isso o desejo é comparado à raiz dessa grande árvore do envolvimento material sem fim. Neste mundo, há ilimitadas possibilidades de gozo dos sentidos e, por isso, a possibilidade de enredamento também não tem fim. O ser vivo vagueia de galho em galho, ou seja, transmigra de uma forma para outra, mantendo sempre interesse em dominar a natureza material. Às vezes, devido ao seu bom karma material, ele se eleva aos planetas celestiais e, às vezes, o seu mau karma o leva a situações bastante miseráveis em planetas ou corpos inferiores. Mas como os galhos dessa árvore se estendem para baixo, o ser vivo na maioria das vezes é forçado a descer neles para tentar colher seus frutos e, assim, se posiciona de maneira bastante perigosa. Na verdade, este mundo material, que aqui é comparado a essa árvore sem fim, é um reflexo da verdadeira árvore da morada suprema do Senhor, a qual se encontra no céu espiritual. Enquanto se mantiver no mundo material, o ser vivo não poderá compreender essa morada suprema, das atividades ilusórias deste mundo. A Bhagavad-gita foi transmitida pelo Senhor Krishna para que todos tivesses a oportunidade de aceitar o caminho perfeito do desapego deste mundo, que não passa de um reflexo do mundo espiritual visto as avessas. (...). (Chandramukha Swami) 

A metáfora da analogia da figueira-de-bengala é um reflexo da vida no mundo material, devido a ser um reflexo invertido, traz complexidade para sua compreensão, pois, a forma de olhar essa metáfora pode trazer interpretações diferentes e diversas da sua real mensagem.

Nossas almas estão enredadas nos nossos corpos materiais, sujeitos aos modos da natureza material enquanto não houver a autorrealização, por isso, faz se necessário seguir os caminhos transcendentais devocionais para nossa elevação e liberação espiritual em busca da autorrealização e esta metáfora nos ensina como devemos viver e agir no mundo material.

A raiz flutuante está direcionada ao mundo espiritual, o objetivo de cada um de nós, por isso, a árvore é invertida e seus galhos estão presos ao mundo material. Daí a necessidade de olharmos para a raiz, o caminho da Volta ao Supremo e não para os galhos, que estão ligados ao gozo dos sentidos do mundo material e as influencias nos modos da natureza material. Temos a opção de escolher os caminhos ramificados pela raiz ou os caminhos dos galhos.

Os frutos dos galhos são o desfrute. Esse desfrute pode ser material ou espiritual, pois, se alimentamos a raiz, seus frutos são espirituais, mas se apenas colhemos os frutos sem alimentarmos a raiz, esses frutos são materiais para o gozo dos sentidos, portanto, são frutos bastante perigosos que alimentam nosso falso ego.

Esses são ensinamentos que podemos aprender com a metáfora da analogia da figueira-de-bengala, uma árvore invertida, uma árvore do conhecimento e do saber, onde os caminhos a serem percorridos demonstram as nossas escolhas e a nossa forma de viver, e com isso, estaremos alimentando o nosso espírito ou o nosso falso ego, estaremos cada vez mais presos a este mundo material ou estaremos a caminho da nossa autorrealização.

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