Figueira-de-bengala (Ficus Benghalensis)
A Metáfora da Analogia da Figueira-de-bengala
(Referência BG, Verso 15.1-2)
Este mundo material é tão
complexo que é comparado aqui a uma grande figueira-de-bengala. De fato, o
desejo é a causa do enredamento da alma neste mundo, por isso o desejo é
comparado à raiz dessa grande árvore do envolvimento material sem fim. Neste
mundo, há ilimitadas possibilidades de gozo dos sentidos e, por isso, a
possibilidade de enredamento também não tem fim. O ser vivo vagueia de galho em
galho, ou seja, transmigra de uma forma para outra, mantendo sempre interesse
em dominar a natureza material. Às vezes, devido ao seu bom karma material, ele se eleva aos
planetas celestiais e, às vezes, o seu mau karma
o leva a situações bastante miseráveis em planetas ou corpos inferiores. Mas
como os galhos dessa árvore se estendem para baixo, o ser vivo na maioria das
vezes é forçado a descer neles para tentar colher seus frutos e, assim, se
posiciona de maneira bastante perigosa. Na verdade, este mundo material, que
aqui é comparado a essa árvore sem fim, é um reflexo da verdadeira árvore da
morada suprema do Senhor, a qual se encontra no céu espiritual. Enquanto se
mantiver no mundo material, o ser vivo não poderá compreender essa morada
suprema, das atividades ilusórias deste mundo. A Bhagavad-gita foi transmitida pelo Senhor Krishna para que todos
tivesses a oportunidade de aceitar o caminho perfeito do desapego deste mundo,
que não passa de um reflexo do mundo espiritual visto as avessas. (...). (Chandramukha Swami)
A metáfora da analogia da
figueira-de-bengala é um reflexo da vida no mundo material, devido a ser um
reflexo invertido, traz complexidade para sua compreensão, pois, a forma de
olhar essa metáfora pode trazer interpretações diferentes e diversas da sua
real mensagem.
Nossas almas estão enredadas nos
nossos corpos materiais, sujeitos aos modos da natureza material enquanto não
houver a autorrealização, por isso, faz se necessário seguir os caminhos
transcendentais devocionais para nossa elevação e liberação espiritual em busca
da autorrealização e esta metáfora nos ensina como devemos viver e agir no
mundo material.
A raiz flutuante está direcionada
ao mundo espiritual, o objetivo de cada um de nós, por isso, a árvore é
invertida e seus galhos estão presos ao mundo material. Daí a necessidade de
olharmos para a raiz, o caminho da Volta ao Supremo e não para os galhos, que
estão ligados ao gozo dos sentidos do mundo material e as influencias nos modos
da natureza material. Temos a opção de escolher os caminhos ramificados pela
raiz ou os caminhos dos galhos.
Os frutos dos galhos são o
desfrute. Esse desfrute pode ser material ou espiritual, pois, se alimentamos a
raiz, seus frutos são espirituais, mas se apenas colhemos os frutos sem
alimentarmos a raiz, esses frutos são materiais para o gozo dos sentidos,
portanto, são frutos bastante perigosos que alimentam nosso falso ego.
Esses são ensinamentos que
podemos aprender com a metáfora da analogia da figueira-de-bengala, uma árvore
invertida, uma árvore do conhecimento e do saber, onde os caminhos a serem
percorridos demonstram as nossas escolhas e a nossa forma de viver, e com isso,
estaremos alimentando o nosso espírito ou o nosso falso ego, estaremos cada vez
mais presos a este mundo material ou estaremos a caminho da nossa
autorrealização.